domingo, 7 de novembro de 2010

Contando histórias...

O AVIÃO

Um dia, um homem chamado Godofredo dos Santos Pinto recebeu uma má notícia: seu pai havia morrido em um acidente de carro. Logo que soube, foi procurar um meio de transporte para ir até a cidade onde seu pai morava, que era muito longe.
Entre todos os meios de transporte, o único que encontrou para facilitar sua chegada foi o avião. Ele nunca tinha andado de avião antes, então ficou com muito receio, mas mesmo assim não desistiu de ir ver seu querido pai.
Na hora marcada, compareceu ao aeroporto e embarcou no avião. Lá dentro, com muito medo, sentou-se no chão em frente à porta e pôs-se a gritar. A aeromoça pediu a Godofredo que não fizesse barulho e que se sentasse no banco. Ele sentou, pegou o cinto, deu um nó e encaixou na trava de segurança. Todos tentaram acalmá-lo, mas isso era impossível, pois ele respondia:
- Se você quer morrer, o problema é seu! Sou muito novo para isso.
E a viagem foi bem ruim para quem foi no mesmo avião que Godofredo, pois a cada minuto ele soltava um pum e fazia cara de que não era com ele, mas o cheiro em pouco tempo se espalhava pelo ar.
Chegando ao velório, ele começou a chorar, não apenas por seu pai ter morrido, mas por também ter mijado nas calças de tanto medo de andar de avião.

Pâmella e Maria Eduarda- 5ª série/2010


terça-feira, 2 de novembro de 2010




NOVO FINAL DE "A FARSA DE INÊS PEREIRA"

(Inês está presa em sua casa. Sua mãe conta para Pero que ela está presa).

Pero (surpreso): É verdae? Inês está casada?
Mãe: Infelizmente sim. Mas você precisa ir salvá-la! O Escudeiro está deixando-a presa em casa sem poder ir a baladas e a festas! Tem que ir lá libertá-la!
Pero: Sim, estou indo! Vou lá salvá-la! Mas para isso preciso chamar um velho amigo, o Ermitão. Éramos grandes amigos na infância.

(Pero vai até o Ermitão e pede ajuda).

Pero: Ermitão, você me ajuda a salvar a Inês Pereira?
Ermitão (com um olhar sombrio): Sim, só vou pegar algumas armas, bombas e dinamites.
(Eles vão até a casa do Escudeiro)
Moço (assustado): Nossa! Tenho que sair daqui e rápido!
(O moço sai correndo da casa e corre para a cidade. No caminho encontra a mãe de Inês Pereira).
Moço: Desculpe, moça, qual é seu nome?
Mãe (alegre): Juleska Pereira.
Moço: Juleska, você é muito linda! Gostei de você e de seu nome. Quer sair comigo?
Mãe: Você é rico?
Moço: Sim, tenho uma herança que recebi de meu avô.
Mãe (muito alegre): Sim, eu aceito!

(Enquanto isso, Pero enfrenta o Escudeiro e o Ermitão vai procurar Inês)

Pero (bravo): Escudeiro, você não presta!
Escudeiro: Agora que você percebeu isso? Eu fiquei com a mulher que você ama!
Pero: Por isso vou matá-lo. Quando era criança, fiz aulas de Kung Fu!
(Pero mata o Escudeiro com um golpe de Kung Fu e Inês encontra o Ermitão).
Inês (surpresa): É você mesmo, Ermitão?
Ermitão: Não, sou o Serra! Besta! Claro que sou eu!
Inês: Estava morrendo de saudade!
Ermitão: Cala a boca e vamos embora antes que o Pero te veja!
(Ermitão leva Inês para a casa de sua mãe, pois ele não tinha casa. Inês se casa com ele)
Inês: Estou tão feliz por ter me casado com você!
Ermitão: Cala a boca e vai fazer serviço!
Inês: Nossa! Você é grosso! Então por que se casou comigo?
Ermitão: Nem eu sei direito! Acho que tinha bebido muito naquele dia!
Inês: Vou atrás do Pero Marques!
Ermitão: Já é tarde.
Inês: Por quê?
Ermitão: Porque você é besta! Pero Marquês se casou com a Madonna.
Inês (surpresa): Nããããããooooooo!!!

(A mãe de Inês chega e a vê gritando)

Mãe: O que aconteceu? Por que está chorando?
Inês (chorando): Porque o Pero se casou com a Madonna! Ela é muito velha pra ele! E você, mãe, como está?
Mãe: Me casei com o Moço! Tenho muito dinheiro, jóias e roupas. Hoje mesmo ele me deu uma Railux preta, automática, quatro-portas, com toca-CD, direção hidráulica... Quer dar uma volta comigo?
Inês: Sim, vamos lá.

(A mãe vai com Inês dar uma volta com o seu carro novo e atropela Leonor)

Inês: Mãe, você atropelou minha amiga Leonor.
Mãe: Cala a boca! Vou dar ré para ter certeza.

(Leonor, que estava se levantando, é atropelada novamente e morre)
Inês (apavorada): Mãe, você matou a Leonor!!!
Mãe: cala a boca e vamos embora antes que a polícia apareça.

(Inês chega a casa)

Inês (bem triste): Não devia ter me casado com o Ermitão! Ele me faz de escreva! Mas ir atrás do Pero Marques não vai adiantar nada. Ele está muito feliz depois que se casou com a Madonna. Virou DJ e vai aos shows com ela. Minha amiga Leonor morreu. Minhas mãe se casou com o Moço e está rica e feliz. Apenas eu vou viver infeliz pelo resto da vida...

FIM

Ariádine, Adriely e Bianca- 8ª série A/2010

"FUTURIDADE"

O TEMPO NOS TORNA VELHOS

Corria atrasada para pegar o ônibus quando avistei uma snehora atravessando a rua. Parei um instante, pensei que, se a ajudasse, poderia perder o ônibus, mas se continuasse a correr, aquela velhinha me perseguiria, não importa para onde corresse. Parei, peguei-a pelas mãos, trêmulas e frias. Sorriu para mim, sorriso meigo, de eterno agradecimento. Continuei a correr. E, quando não puder correr mais, alguém me pegará pelas mãos? Um dia terei mãos como as dela e minhas pernas já não aguentarão correr... E se meu coração não bater mais? Sempre terei esse medo quando chegar a velhice...
Cheguei ao ônibus, estava parado, portas abertas, o motorista não estava ali. Entrei, um único lugar, sentei-me a fim de descansar da longa jornada. Quando finalmente o ônibus iria partir, após quinze minutos de espera, uma mãozinha bate na porta. Uma velhinha entra, a mesma. Com os olhos atentos, procurava descanso para as pernas que já não aguentava mais sustentar. Tomei-a novamente pelas mãos e a sentei em meu lugar. Novamente aquele sorriso...
Meu coração acelerou de repente, tive medo de que parasse. Senti medo porque descobri que, se continuasse correndo, poderia passar por uma velhinha e fingir que não a vi.

Aline-3ºEM/2010

"Futuridade"

QUERO UMA NOVA VELHICE

Minha avó caiu. Não pensei na gravidade da frase, da queda. Quando temos mais de 60 anos, verbos como cair, tropeçar e adoecer são muito perigosos. Havia quebrado a bacia e ferido o braço. Minha mãe chorou e todos em casa estavam tristes. Ainda não compreendia a gravidade da queda. Do hospital veio a boa notícia: ela iria se recuperar, mas devagar.
Neste momento compreendi a gravidade da queda: mais que danos físicos, a queda machucou o coração. Quando cai, o idoso sempre se machuca no coração. Assim foi com minha avó: caiu e entristeceu-se. A tristeza da velhice é irrecuperável e, ao longo do tempo, só aumenta.
As visitas à minha avó sempre eram tristes, apesar de tentar manter a alegria no ar. Cada dia que passava ela estava mais e mais triste. Seus olhos me emocionavam. Deve ser difícil se reconhecer frágil e com limitações antes superadas. Deve ser difícil se reconhecer velho.
Durante essas visitas, eu me pegava a refletir: como pode uma cidade pacata , com a maioria da população idosa, não oferecer segurança e saúde necessárias para que eles vivam?
Como minha vovó conseguirá, depois de curada da queda, passear na cidade, se buracos a impedem de se sentir segura? Como visitar suas amigas velhinhas para um chá, se todas as casas possuem escadas enormes? Na verdade, existe a possibilidade quando existe ajuda. Mas como não perceber o fim se já não se faz nada sozinho?
Não me imagino velho, me imagino triste. Não quero ter tempo para despedidas, elas sempre me aborrecem. Não quero viver o fim. Não quero perceber minhas rugas, nem minha fragilidade. Não quero não aceitar minhas novas condições velhas, pois somente dificultaria a felicidade.
Na velhice, não quero cair, para que, assim, no fim, eu esteja feliz.

Luan- 3ºEM/2010

Apresentação

Este blog tem como objetivo publicar textos produzidos por alunos da E.E. Prof. Fernando Brasil, distrito de Curupá, município de Tabatinga/SP, demonstrando que, dentro de cada um de nós, existe um escritor esperando para se manifestar.